segunda-feira, 18 de abril de 2011

“Aprendendo” a dançar


É muito comum como professoras a ouvirmos perguntas como as do tipo “quanto tempo levarei para aprender a dançar?” ou “é muito difícil?”. Não menos comum é ouvirmos de alunas que já iniciaram a pouco tempo “esse movimento eu não consigo!” ou “odeio fazer esse passo”. E ainda em alunas já com algum tempo e envolvimento na dança ouvirmos “Ah, isso eu não quero fazer” e logo se retirar da aula ou aguardar em um canto.
Por favor, alunas que se acharam nessas declarações, não se sintam criticadas ou indesejadas! Pois, se há um conflito entre nós e a dança, então mãos a obra! Tiremos da gaveta, sacudimos a poeira e recordaremos daqueles motivos que nos levaram a querer dançar e por que caminhos tivemos, temos ou teremos que enfrentar! Por fim, tomar a decisão final: “Quero isso pra mim?”
Bom, não é como professora ou mediadora no ensino da dança que pretendo tocar nesse assunto, porém, não poderei me omitir dele, já que essa é a finalidade real desse artigo. O de estimular alunas de todos os níveis e objetivos com que encaminhem a sua dança para um aprendizado LIVRE, VERDADEIRO E COMPENSADOR.
A dança assim como em todas as nossas atividades cotidianas, a dança irá refletir quem somos, ou seja, independente se pratica a dança do a 1 dia ou 1 década, cada vez que fizer um movimento estará se envolvendo antes de tudo consigo mesma. Sim , exatamente! Com que és!
Por exemplo, ao fazer o movimento do “8”, no caso de nunca ter realizado antes suas espectativas já falarão muito sobre você inevitávelmente; Se olhar e pensar  “ Nossa! Quero muito fazer isso!” indica um estado de espírito renovador, otimista e abre porta para que os próximos passos  sejam em busca de se aventurar em seu próprio corpo em busca de deslocar o quadril, dobrar os joelhos, manter tronco ereto e finalmente ter controle total de si mesma! Vasculhar na memória corporal, construir uma nova! Se alimentar de idéias criativas para fazer o seu quadril entender o mesmo que sua mente entende e entrarem em sincronia!
Mas veja, se o primeiro pensamento de quando for fazer o “8” for: “Isso eu nunca vou conseguir fazer!” estará impondo barreiras a si própria, como uma peça já acabada que nada mais se pode fazer.
Ora! Seu corpo te lembra a cada instante que isso não é verdade! Por acaso quando respiramos e nossos pulmões se enchem de ar, eles se dão por satisfeitos e se negam a expelir para fora e em seguida repetir o mesmo processo? Estamos vivos! Não fuja da vida, não pare de respirar!
Logo podemos perceber que tão natural e frequente é a nossa respiração que acabamos por nos esquecer dela, esquecemos que respiramos até o momento que pegamos uma gripe e começamos a tossir, não eh?
Pois bem, para quem já sabe fazer o “8” e já se sente tão bem fazendo esse movimento com perfeição pode não achar que ele pode pegar uma “gripe” também. Por isso, cuide dele com carinho, repita o movimento como se fosse a primeira vez. Mas isso não significa que cuidando dele não terá condições de respirar um schimie! Afinal, para se manter vivo é necessário oxigênio novo, sempre e sempre seguidamente!

Respiremos com respeito a essa sabedoria que nos foi ofertada! Se algo impulsionou você a dançar certamente não é em busca de um resultado objetivo e imediato como um objeto a ser polido, apenas. Não se compare a um objeto! Objetos não respiram! Objetos não se relacionam consigo mesmos!
Se algo impulsionou você a dançar certamente foi a vontade de estar vivo e não a deixe contaminar com os impulsos negativos que costumamos a absorver no nosso dia-dia e que nos fazem tossir, nosso pessimismo, cansaço, recolhimento, comodismo, etc. Façamos o contrário, lembramos a cada aula de que respiramos e por isso estamos nos reinventando a cada momento sem jamais esquecer de que “ és dona de si mesma e através da sua mente determina o que faz seu corpo”.

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