quinta-feira, 26 de maio de 2011

Samba de roda

por Triana Ballestá


Carybé



Seu sinhô me ensinou
Diz que esse samba é Yewá
Diz quem chega sambando
Pra roda de samba
Já pode chegar

Seu sinhô é chegado
Deixa eu me apresentar
Eu nasci lá nos pampas
De canto de olho
Só vim reparar

Seu sinhô me avisou
Diz pra eu não descuidar
Diz que a tal capoeira
É luta de Ogum
E é dança de Obá

Seu sinhô tá cansado
Já não quer ensinar
Diz que samba sambado
Já está tão mudado
Que nem ewó de Orixá

Seu sinhô bem falou
Que eu não fosse jogar
Que essa dança é rasteira
E é só macumbeira
Que sabe jogar

Seu sinhô tá lembrado
Sem dendê pra Ayrá
Que essa chuva tá mansa
Que o fogo tá brando
Pra apaziguar

E esse jogo sinhô?
Dá pra eu mais jogar?
É que eu sou polaquinho
Não sou escurinho
Mas quero gingar

E agora sinhô
Pode se descansar
Que a moça faceira
Que está me cuidando
É filha de Oyá

Seu sinhô Obatalá
Vi nas contas de Ifá
No dia de Oxalá
Vai dormir no colinho
Da mãe Yemanjá




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